sexta-feira, 15 de maio de 2009

O teto e o terremoto


Como temos acompanhado há um longo tempo já na Fórmula 1, a discussão sobre a imposição ou não de um teto orçamentário tem dividido os grandes chefes da categoria e os próprios amantes do esporte. É certo que existem vários pontos de vista a serem analisados e estudados criteriosamente. Vamos a eles:

Criação de teto orçamentário - Ponto a favor - Em um cenário de incertezas como o atual, a adoção de um teto não seria de total descabimento, pois, facilitaria o acesso de novos times e ainda contribuiria sensivelmente para a manutenção das atuais escuderias que compõe o grid de largada. Quanto ao valor deste teto, não tenho o atrevimento de palpitar a respeito porque tenho apenas informações a respeito de quanto cada equipe gasta, não sei qual o tamanho da máquina que é movida pela Fórmula 1 e nem como ela funciona. Seria muita pretensão da minha parte querer impor um valor à categoria. Acho interessante.
Ponto negativo - A categoria sempre se fez conhecida como principal laboratório das evoluções que chegam aos carros de rua. Pode ser que com a limitação de gastos, esta tendência de laboratório seja deixada em segundo plano pelos time, que, afinal de contas, terão que prezar pela competitividade e criatividade já que não dispõe de um grande orçamento, ou um orçamento "infindável", com capacidade de realizar novas captações no mercado.

Agora, o pior de tudo ainda está por vir. A idéia do Sr Mosley de colocar determinadas limitações para os times que cumprirem este possível teto a ser implementado e regras diferentes para quem não cumprir só pode ter um destino: o sanatório.

O que este senhor acha que está fazendo? Dividindo a categoria em obedientes e revoltados? Punindo o pessoal com maior poder aquisitivo porque ele não tem a devida capacidade de organizar em acordo eficaz de redução de custos para manter a categoria como referência mundial de qualidade e esportividade? Fazendo uma analogia, está fazendo como os que no Brasil lutam por cotas raciais nas universidades públicas, como se as pessoas de hoje fossem culpadas por arroubos cometidos há mais de 300 anos. Estão culpando pessoas com maior capacidade aquisitiva por estarem na vanguarda do conhecimento e da arrecadação, tal qual querem fazer com a Fórmula 1.

Estou do lado das equipes enquanto os, novamente, senhores engravatados insistirem em colocar em prática estas idéias mirabolantes que têm. É inadimissível que uma idéia desta seja levada a sério nos corredores decisórios do esporte mundial.

Faço fé que esta será mais uma medida descabida que não vingará neste trem da alegria de regras que virou a Fórmula 1. São meus votos.

Deyvison Nascimento.

4 comentários:

Unknown disse...

é verdade, a categoría pode ficar tão económica como ecológica era a Honda. quer dizer, o teto orçamentário pode não ser tão terrivel e definitorio assim

seja qual seja o desfeito, se a F1 perde a cpacidade de atrair os melhores pilotos e o melhor pessoal técnico para testar inovações, alguma coisa na escência da fórmula um vai se perder.

duvido que aquele negocio de duas categorias dentro da F1 seja aprovado, e se for, rápidamente vai ser paliado e as equipes vão se adaptar a um regulamento abandonando o outro

Felipão disse...

Excelente Deyvisson. Se bem que a categoria sempre conseguiu ser criativa, desenvolvendo novas soluções, mesmo quando em período de dificuldades financeiras.

SAVIOMACHADO disse...

Deyvison, acho até que essa novela está se estendendo muito. Eu não creio que a Fia mude tanto a Fórmula 1 como ela está pretendendo. Na verdade, como eu já falei em alguns outros blogs eu queria mesmo que Mosley se aposentasse. Já deu o que tinha que dar. Esse cara não para de incomodar!!
Ninguém merece o Mosley.

Muito bom o post.

Vocês estão no DICA DE LEITURA do SM. Um grande abraço para vocês.
Ah!! jogo duro contra o Flamengo heim! O Internacional quase perdeu para vocês. HEHEHE...
Grande abraço.
SAVIOMACHADO

Breiller disse...

Questão muito bem analisada, Deyvison, tanto por você quanto pelo Leandro aqui embaixo. A proposta de se estabelecer um teto é interessante, mas dividir a F-1 em castas, categorias de ricos e pobres, é uma burrice sem tamanho. Atitude das mais incoerentes. Isso geraria tantas confusões, acusações, especulações... É triste ver a F-1 virar esse circo. Com leis e regras tão voláteis quanto os pensamentos de Mosley.