quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A Batalha Final


Amigos leitores, amantes do automobilismo, a Fórmula 1 chega ao Brasil em sua última e decisiva etapa, tendo como protagonista da disputa um brasileiro. Felipe Massa chega com 7 pontos de diferença, com 10 em jogo, uma diferença considerável, que só não chama atenção pelo último ano ter havido a virada fenomenal de Kimi Raikkönen em Lewis Hamilton e Fernando Alonso.

Por mais que queiramos acreditar que um raio possa cair duas vezes em um mesmo lugar, Hamilton de 2007 chegou ao Brasil depois de um bizarro abandono em Xangai, e sua confiança já havia sido abalada desde então, possuia uma disputa interna na McLaren, onde a essa altura do campeonato, a preferencia pelo inglês já não era mais segredo, e Raikkönen vinha motivado pelas vitórias e a arrancada fenomenal rumo ao título. O Hamilton de 2007 era arrojado e irresponsável, se perdesse o campeonato, como acabou perdendo, seria ainda o melhor estreante da categoria, e um futuro promissor em uma equipe grande, que dá pinta de que será a única equipe em que correrá em sua carreira. O Hamilton de 2008 chega de uma vitória impecável, com direito a Hat-Trick, sete pontos de vantagem, e um ego que agora, mais do que nunca, parece ser inabalável. O discurso também mudou, quando tentou passar a responsabilidade da corrida para o piloto da casa.

Felipe Massa, por sua vez, terá de correr tranquilo em um circuito que foi dominado por ele nos últimos dois anos, venceu em 2006 e cedeu a vitória para Raikkönen poder ser campeão em 2007, o quadro para este ano é ainda mais favorável, pois poderá brigar pela vitória e não poderá fazer mais nada além de deixar que o destino pregue alguma peça. O Massa de 2008 é mais maduro e mais seguro de seus erros e façanhas, sua corrida em Xangai pode ter sido uma premier do título de Hamilton, pois o brasileiro não foi combatível em nenhum momento durante o final de semana, mas sabe que terá o retrospecto e o conhecimento da pista a seu favor. Sabe que poderá fazer apenas a sua parte, nada mais, afinal, terá de reverter um quadro semi-acabado, Hamilton já tem uma mão e meia no troféu deste ano.

O Hamilton de 2007 era um garoto que começou a brigar no meio de homens, o Hamilton de 2008 é um homem que fez com que os outros homens tremessem como garotos. O arrojo irresponsável deu lugar a um amadurecimento, ainda incompleto, Hamilton ainda arrisca demais por muito pouco, um ponto que está sendo discutido com exaustão nas reuniões entre ele, Martin Withmarsh e Ron Dennis, pois no último ano, bem, todos sabemos o resultado desastroso.

Interlagos chega a sua quarta decisão consecutiva, e terá um terceiro piloto diferente para comemorar a façanha. Alonso correu tranquilamente em 2005 e 2006 para o bicampeonato, Raikkonen esperou os erros de estratégia e o erro grosseiro de Hamilton, e ainda a apatia de Fernando Alonso para levantar o caneco. Com esses dois cenários diferentes, só nos resta saber qual das duas histórias poderão se concretizar. Para Hamilton, o melhor é se espelhar em seu arqui-inimigo Alonso, que foi campeão sem a vitória, mas pode comemorar o título de forma tranqüila. Para Massa, a esperança é que a afobação e a inexperiência de Hamilton voltem a tona, fazendo com que o inglês perca o título para ele mesmo, como no último ano.

Apesar de embalado com a vitória na China, Hamilton precisa lembrar-se da corrida desastrosa de Fuji, quando perdeu a chance de ampliar a vantagem em uma manobra arriscada demais, assim como ele poderia ter se mantido atrás de Felipe Massa ao tentar o tudo ou nada, como acabou ocorrendo, ficou no nada, zero pontos. O retrospecto positivo disso é que Hamilton e Massa marcaram os mesmos 10 pontos nas últimas duas corridas.

Portanto, amigos leitores, creio que, se São Pedro, ou o El Nino, ou algum fenômeno natural de ordem desconhecida não passar pela região sul de São Paulo no dia 3 de novembro, teremos uma das corridas mais monótonas dos últimos tempos, com Hamilton extremamente cauteloso, e a Ferrari dominando a corrida.

É importante frisar que, independente do campeão de 2008, ambos merecerão o título por corridas excelentes e atuações pífias, ambos tiveram altos e baixos durante o campeonato, que deixaram o mesmo com a disputa aberta até com um piloto de equipe inferior, a BMW de Robert Kubica.

Amigos leitores, as cartas já foram dadas, as porcentagens distribuídas, e a batalha final está se aproximando.
Que vença o melhor.

by Iceman

7 comentários:

Anônimo disse...

Não acredito que a corrida será monótona, acho que o bicho vai pegar no caldeirão de Interlagos.

Abraços!

Leandro Montianele

Leandrus disse...

Monótona acho difícil de ser, mas mesmo se for, deverá ser marcada pela tensão.

Acho que Hamilton está bem próximo do título. Só perde se fizer alguma besteira na primeira volta ou se for tocado por alguém. Besteiras nos boxes a Mclaren não chegou a fazer com ele e acho que não fará a essa altura. E acredito que a equipe já está trabalhando bastante a cabeça dele para ele correr com a maior cautela possível.

Mas tem o problema do motor. Será a sua segunda corrida. Já pensou se algo acontece?

Ateh!

Raúl disse...

no m la perdera va a ser muy emocionante y si hamilton le pone mas todavia todos lo agradeceriamos muxo jiji

F1 NA GERAL disse...

Parece dificil mas acredito em um erro da Mclaren ou do Hamilton e como bom brasileiro, nunca dessito hehehehe...
Vamos dar uma bela secada no Hamilton, quem sabe funciona.

Marcos Antonio disse...

Ser´auma corrida tensa,mas tb concordo que será uma corrida sem muitas trocas de posição.Só se o Massa ou o Hamilton tiverem problemas e largarem lá trás.

Anônimo disse...

É bem por aí mesmo. Independente do resultado final, os dois pilotos serão merecedores de aplausos. Fizeram da temporada 2008 um campeonato de muita emoção e equilíbrio.

Ansiedade pelo GP Brasil tá batendo já...

Ótima análise do confronto final!

Abraços.

Daniel Leite disse...

Hamilton será campeão em condições normais de temperatura e pressão. Perde somente se ele e a equipe se perderem. Não dá para acreditar que ele tentará algo além de um terceiro ou quarto lugar, algo fácil para ele conquistar e que não envolverá riscos.

Até mais!