terça-feira, 7 de outubro de 2008

I'm Back


Amigos leitores, amantes do automobilismo, após dois meses afastado do blog por problemas com adaptação à Inglaterra, voltei. Primeiramente gostaria de esclarecer que os ingleses realmente são apaixonados por três grandes esportes: Futebol, Rugby e Automobilismo. Em dois meses morando em Londres pude notar que esses três esportes tem importância fundamental na cultura inglesa, e entre dois deles, os brasileiros protagonizam.

Logo que cheguei em Londres no final de julho e início de agosto, viera recentemente Luiz Felipe Scolari para comandar o Chelsea, o grande time de Londres, e atualmente acertou com Mineiro, ex-São Paulo, e a vinda de Robinho para o Manchester City. No futebol, evidentemente que o Brasil tem tradição, por exemplo, em cada lojinha de souveniers da Oxford Street, uma das principais ruas de Londres, bem como as outras espalhadas pela cidade, haverá sempre uma camiseta do Manchester United, Arsenal, Chelsea, Liverpool, e da seleção brasileira. São camisetas de clubes, bolas oficiais com escudos, e sempre o Brasil se faz presente. Os jogadores brasileiros são referência no mundo todo.

Adentrando a cultura inglesa nesses dois meses de Inglaterra, podemos perceber, também, a paixão pelo Automobilismo, por exemplo, às duas da manhã na ITV, em alguns dias da semana, é possível ver corridas de diferentes tipo, como Porsches, BMWs, dentre outras. Categorias pequenas que tem abertura nos canais abertos. Na Fórmula 1 não é diferente, ainda mais agora que eles tem um ídolo local. Lewis Hamilton é assunto direto nos tablóides, principalmente agora que está namorando a vocalista principal das Pussycat Dolls, a última fofoca é que ele se casará até o final do ano, conforme o The Sun. Diga-se de passagem, o inglês vive muito bem informado devido a distribuição gratuita de alguns jornais todos os dias em quase todas as estações de metrô.

Nesses dois meses de ausência eu pude notar algumas coisas estranhas na Fórmula 1 atual, Kimi Raikkonen, que era disparado o principal postulante ao título deste ano, não vence desde o GP da Espanha, e não marca há quatro corridas, ou seja, 0 pontos em 40 possíveis, praticamente dá adeus ao Campeonato, enquanto vê seu companheiro de equipe Felipe Massa tirar a vantagem para Lewis Hamilton. Vi a vitória de dois pilotos que tiveram atuações fantásticas, Fernando Alonso, se beneficiando do safety-car, e levando a Renault novamente ao topo, e Sebastian Vettel, que deu vida nova a Fórmula 1 provando que com talento tudo é possível, fazendo a Toro Rosso vencer uma corrida, no Grande Prémio de Monza, o mais veloz do campeonato, se beneficiando da chuva, mas mantendo um forte ritmo quando a mesma parou e a pista secava. Os inglêses, assim como o resto do mundo ficou espantado com a performance de Vettel, levando o carro com maestria até o final, e quem pensava que Hamilton seria o novo Schumacher, mudou radicalmente de opinião. Porém não foi somente nestes dois meses que a Fórmula 1 está diferente. Robert Kubica também venceu no GP do Canadá, mesmo GP que no ano passado testou a segurança da Fórmula 1, sobrando apenas Kubica e a célula de sobrevivência. São sete pilotos vencedores, fora os pódios de Trulli e Glock da Toyota, Webber e Coulthard pela Red Bull, Piquet pela Renault, Barrichello pela Honda, Rosberg pela Williams, e Nick Heidfeld pela BMW. Até a Force India poderia ter marcado pontos com Adrian Sutil em Mônaco se Kimi Raikkonen não acertasse a traseira de seu carro, roubando-lhe o quarto lugar. A Fórmula 1 parece um pouco mais democrática, não na hegemonia da disputa de vitórias e títulos, afinal, no Canadá Hamilton tirou Raikkonen e Massa teve problemas no pit-stop, choveu em Monza e um safety-car mudou a história do GP de Cingapura, sendo assim, em condições normais, a Fórmula 1 ainda é isenta de surpresas, mas é bom saber que há talentos capazes de mudar o rumo das coisas numa categoria que planeja ser cada vez mais competitiva e diminuir a diferença entre as equipes. A disputa pelo quarto lugar ficou muito acirrada e, se a BMW não buscar rapidamente a recuperação, periga perder o posto no próximo ano. Após a vitória no Canadá, a BMW parece que parou de desenvolver o carro, pois a diferença para Ferrari e McLaren aumentou a olhos vistos, e sua diferença para as demais equipes diminuiu. A Toyota começou um campeonato sólido e vem se mantendo entre altos e baixos, a Red Bull começou muito forte, mas perdeu a mão do projeto, parece que herdou o projeto na segunda metade para a filial Toro Rosso, e a Renault acertou a mão de vez e está dando a Fernando Alonso a dúvida cruel para decidir o seu destino, o carro começou a esboçar uma reação. Como presente, vitória em Cingapura. Nesses dois meses a F1 vem provando que o desenvolvimento do carro é contíuo e os projetos podem melhorar radicalmente de uma corrida para a outra. Dos times pequenos, a Super Aguri fechou as portas depois de quatro corridas, a Force India ainda trabalha com o ranço das falidas Jordan, Midland e Spyker, e visa iniciar um projeto mais sólido e eficiente no próximo ano, a Williams sofre de falta de dinheiro e de uma parceria digna de uma equipe vencedora e a Honda sofre com projetos decadentes e pilotos desmotivados. Jenson Button e Rubens Barrichello parecem à espera da aposentadoria em um carro que beira o ridículo. A Honda é rica, tem dinheiro para queimar, mas parece que está ao alento, nenhum indicio de melhora é sentido na equipe, nem mesmo a genialidade de Ross Brown consegue ser sentida, e vê sua rival Toyota se solidificar como grande equipe com pilotos considerados medianos. Cabe a Rosberg sair da Williams, e a Sutil uma chance em uma equipe média, pelo que fez em 2007, pois 2008 está sendo desastroso.

Na frente da tabela, vemos ele, o inglês, novamente, Lewis Hamilton, que como no ano passado, liderou o tempo todo a tabela de pontos e no final acabou perdendo. Massa quer fazer o que fez Raikkonen em 2007, ultrapassar nas corridas finais, o brasileiro já venceu a batalha interna devido aos seguidos erros de Raikkonen nas últimas corridas. O atual campeão parece um amador, afobando-se a toa. Heikki Kovalainen começou o ano ameaçando dar trabalho a Hamilton, mas decididamente não está pronto para o carro da McLaren, talvez no próximo ano. E Massa, bem amigos leitores, Felipe Massa está com moral, vencedor de duas etapas e vítima das trapalhadas da Ferrari, está guiando como campeão, assim como Hamilton, que ampliou a vantagem depois de ser punido e perder a vitória em Spa. Os ingleses ficaram indignados com a decisão da FIA, um dos jornais ainda fez piada com a vitória de Massa escrevendo: "Massa larga em segundo, cai para terceiro, não faz nenhuma ultrapassagem, é ultrapassado e ganha a corrida." São coisas do automobilismo.

Para as três últimas etapas do campeonato, creio que o Brasil seja a mais previsível, afinal será a primeira vez que o GP de Fuji ocorrerá, pois no ano passado o aguaceiro nos tirou quase metade da prova, e a outra metade foi em pista extremamente molhada. O Brasil foi vencido por Massa em 2006 e Raikkonen em 2007, o brasileiro tem bom retrospecto lá e o carro da Ferrari ainda parece mais competitivo que o da McLaren.

Mas amigos leitores, o título dessa coluna não é uma volta deste pobre prestigiador de corridas, na verdade quem voltou foi um dos melhores pilotos que, até então, vinha ameaçando grandes resultados, que vinha fazendo grandes atuações com o carro que tem nas mãos, Fernando Alonso voltou, e com a estrela de campeão, venceu. Assim como Schumacher em 2004, com uma Ferrari que não conseguia andar, venceu o GP dos EUA, onde só participaram seis carros, Fernando Alonso se beneficiou de uma corrida maluca para vencer, ou seja, o Campeão do Mundo, além de tudo, precisa ter competência e sorte. Alonso não se abalou com o fraco carro da Renault, desenvolveu e conseguiu mostrar boa performance, principalmente nos testes em Cingapura. O espanhol ficou extremamente frustrado quando deixou o treino classificatório no sábado, pois sabia que tinha um carro muito bem equilibrado nas mãos. Fernando Alonso provou que ainda é um dos melhores e, na minha opinião, o melhor piloto do grid.

É bom saber que as equipes menores podem vir a realizar surpresas como esta, vendo um novo talento como Vettel, e um bi-campeão podendo dizer, mesmo em uma equipe em recuperação, "I´m back to the top, I'm back".

Iceman®2008

4 comentários:

F1 NA GERAL disse...

Seja bem vindo de volta. Pois é eu também fiquei uns tempos afastado dos blogs por motivos profissionais mastambém estou de volta.
A fórmula 1 este ano anda meio virada do avesso, tomara que o Massa se saia bem e conquiste o Campeonato.
Abraços.

Marcos Antonio disse...

Boa Iceman!sempre preciso nos seus textos...Só não concordo com voc~e no ponto que a Renault estava esboçando uma reação com o carro.O R28 é muito ruim,e Alonso tira leite de pedra!Veremos como se a corrida em Fuji,vamos ver qual o fator surpresa surgirá.

Anônimo disse...

Caramba! Nao sabia que vc tinha mudado...

Quanto ao campeonato...Mais que burocrático, esse ano eu vejo um campeonato sem "craques!,sabe?! Hamilton é bom,Massa é bom, mas o campeao será aquele que menos errar e nao o que melhor se sair...É estranho!

Bjs e sorte por aí

Leandrus disse...

É meio difícil falar que Button e Barrichello estão desmotivados. O carro não ajuda, a equipe praticamente abandona o carro desse ano, se preocupando com o do ano que vem, e os 2 ainda estão com o risco de levarem um belo pé na bunda!

E Massa realmente vem muito bem, parece ter amadurecido bastante esse ano. Até na chuva se comportou bem, no GP da Itália.

Ateh!