quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O Dia da Redenção


Amigos leitores, amantes do automobilismo, no próximo domingo será disputado o GP Brasil de Fórmula 1 e mais uma vez ele trará a disputa do campeonato mundial.

Em 2005 e 2006 o campeonato foi conquistado por Fernando Alonso, à bordo da Renault, no primeiro, com muita folga para Kimi Raikkonen, no segundo com muita folga para Michael Schumacher. Alonso usou a experiência de não arriscar brigar pela vitória, mas conquistar o título. Apenas pontuou em duas corridas discretas. Hoje é bicampeão.

Em 2007, que ainda se encontra recente em nossa memória, Kimi Raikkonen descontou 7 pontos para o então líder Lewis Hamilton, sagrando-se como o campeão mais improvável da história.

Não direi o mesmo que todos estão dizendo, ao falar que a história de Hamilton se repete e que é possível que Felipe Massa vença o campeonato descontando tal vantagem. A história mostra que possível é, mas completamente improvável. Sete pontos é uma vantagem considerável e Hamilton parece que correrá com o regulamento embaixo do braço, fazendo uma corrida discreta ao tentar arriscar tudo novamente em feitos corajosos, que se derem certo serão um ato de bravura, mas que se derem errado será um ato de estupidez, como no ano passado. Se fosse Felipe Massa que corresse com tal vantagem, os brasileiros não se importariam se o mesmo Lewis vencesse a corrida e Massa chegasse em segundo, ou terceiro, ou quarto, ou quinto colocado.

O que falta frizar é que este próximo domingo será um domingo de redenção para um desses dois pilotos. Felipe Massa ainda não se firmou como piloto de primeiro escalão, mesmo fazendo corridas fantásticas, tendo recuperações incríveis, ainda carrega alguns tabus como o fato de nunca ter vencido uma corrida largando além da segunda posição. Falta a Felipe convencer seus fãs de que é possível confiar nele, saber que ele estará na briga pela vitória, pela pole-position, e mesmo que perca, seja por pouco. É bem verdade que, se descontarmos os erros da Ferrari e da McLaren, Massa poderia estar muito melhor classificado na tabela.

Lewis Hamilton não tem mais que provar que é um grande piloto, mas é preciso provar que pode manter a tranquilidade para administrar uma vantagem, para manter o controle do campeonato e pensar um pouco além da vitória, tendo o campeonato como foco principal. É um jovem que chegou como esperança britânica pela volta da conquista dos títulos mundiais, mas se perder novamente o campeonato, com uma diferença folgada, será taxado como o bom e velho "amarelão". Em 2007 Hamilton foi perfeito, o melhor novato da Fórumula 1, talvez nunca um piloto estivesse tão bem preparado para iniciar a carreira como Hamilton, ele estava no lugar certo, na hora certa. Desbancou um bicampeão mundial e por isso, tem a responsabilidade de levar o caneco que não é da McLaren há 9 anos. Essa seria a redenção total de uma promessa que começa a ganhar ares de realidade.

No próximo domingo poderemos ver a aposentadoria de dois pilotos, um é certo, David Coulthard, que fez um campeonato discreto, talvez o mais apagado de sua carreira. O piloto boa praça, eterno playboy, chega a São Paulo para dar adeus aos carros mais velozes do mundo, depois de ser o sucessor de Ayrton Senna na Williams em 1994, passando para a McLaren e por fim, Red Bull. O outro é Rubens Barrichello, o piloto que mais andou na F1, recordista de participações em grandes prêmios, chegando ao final de carreira um pouco obscuro e injusto, com um carro que se arrasta, depois de ter pilotado uma Ferrari onde não teve a oportunidade de demonstrar seu verdadeiro potencial, podado pelo talento e pelas cláusulas contratuais de Michael Schumacher. Rubinho foi para uma Honda em ascensão e sofreu com o declínio total em 2007 e 2008. A equipe evoluiu pouco, chegando a frente apenas da Force India no campeonato. Nem Ross Brown da jeito.

Portanto, caros leitores, entre promessas, redenções e despedidas, o Grande Prêmio Brasil dará adeus ao privilégio de encerrar o campeonato, mas ainda terá a responsabilidade de ser a penúltima do campeonato, com direito a muita emoção nos próximos anos, assim como foi em 2006 e 2007. Domingo próximo será dada a largada às 15 horas, e encerra-se depois de aproximadamente uma hora e meia um dos campeonatos mais imprevisíveis da história, cheio de emoções e fatores surpresa, cheio de novos talentos e postulantes a estrela. Independente do resultado, o campeão será merecido por ter feito um campeonato talvez não tão regular, mas um campeonato disputado, e ter tido a competência de conquistá-lo. Como desportista e como brasileiro, torço para Felipe Massa, pois Hamilton terá muitas oportunidades como está de ser campeão novamente, já Massa está sempre na corda bamba da Ferrari, e uma conquista como esta carimba o passaporte de todo piloto para entrar no hall dos pilotos especiais.

A todos um abraço, e que tenhamos um final de semana emocionante, como o GP Brasil merece. Que vença o melhor, e que o melhor obtenha a redenção. Ao outro, boa sorte em 2009.

By Iceman 2008©

4 comentários:

Anônimo disse...

será mais um GP Brasil incrível, não sei o que pensaram quando colocaram o Interlagos para ser a última corrida do ano, talvez porque só chovia em Março !!!! mas a verdade é que trouxeram grandes emoções para São Paulo.....

GO HAMILTON !!!!!!

Jogo Aberto disse...

FELIPE MASSA IRAR VENCER.

Speeder76 disse...

Gostei do artigo. Bem equilibrado e justo para ambos os pilotos. ainda mais, quando se espera chuva no Domingo, que pode baralhar mais as coisas...

Que ganhe o melhor!

GiglioF1 disse...

Ice,
Belo post!!!
Sem duvida será um dia muito especial...
Acho que Massa provou muito este ano , mas concordo que falta algo...
Cuidado quando afirmamos que nunca ganhou saindo mais de 2do.... Lembra da Hungria??
Bom sorte az parte tb...

Grande abraco!!!