Boa tarde amigos do Loucos por F1!!!
Longas discussões ocorrem sobre as inovações tecnológicas que ocorrem na categoria máxima do automobilismo, que serve como laboratório para que estas inovações, certo dia, possam passar a ser utilizadas nos carros que dirigimos nas ruas.
A minha posição é a seguinte: Apesar de claro, ser extremamente ansioso para ver cada vez mais carros que possam "voar baixo" nos circuitos, tenho plena convicção que o ponto máximo do automobilismo tem que ser sempre o piloto e a sua habilidade, não simplesmente o melhor ou mais caro equipamento.
Raramente na categoria se vê uma equipe menor surpreender as gigantes, porque simplesmente não há a menor chance de isso acontecer graças às vultosas quantias que são empregadas pelas monstruosas montadoras que sustentam as gigantes da categoria como McLaren e Ferrari, sustentadas por Mercedes e Fiat, respectivamente.
Isso gera, sem dúvidas, um enorme abismo que as equipes menores têm que enfrentar com muita criatividade e esperança, porque só assim é possível enfrentar o gigantismo das montadoras.
São os gastos tecnológicos que aumentam este abismo e ao menos em meu conceito, tiram todo o charme das corridas. Precisamos que sejam retirados todos os auxílios eletrônicos aos pilotos, as raias do pneus, o câmbio eletrônico, viva o talento! Viva a formação dos pilotos, pois não podemos cair na mesma armadilha de alguns anos, quando a F1 se transformou em um quase video-game.
Sem estes artefatos que encarecem a categoria e inviabilizam a entrada de novos times no Grid, poderíamos ver novamente shows de piltoagem como os da década de 80. Por exemplo, quem não se delicia ao ver o duelo entre Prost e Senna em 88 com a McLaren Marlboro Honda? Quem não sente saudades ao ver as fenomenais ultrapassagens do nosso herói em Estoril (Portugal, aliás, circuito que não deveria sair nunca da F1 por ser bastante popular e interessante, palco de pegas memoráveis)?
A vibrante perseguição entre Senna e Alesi nas ruas de Detroit em 1990, quem não quer ver isto novamente? Mas hoje, infelizmente, devido à enorme carga aerodinâmica, é humanamente impossível pegas como aquele, quando nos sentíamos parte do carro e empurrávamos nosso ídolo!
Em um DVD do melhor piloto de todos os tempos, Ayrton Senna, intitulado "Uma Estrela Chamada Ayrton Senna", que recomendo que todos assitam, apesar de achar que já assistiram, mostra-se uma volta completa em Mônaco (o quintal da cada dele!) à bordo da Lotus-Camel (aquela amarela), e é empolgante ver o piloto entrando em curvas com uma só mão volante, pois a outra estava na alavanca de câmbio!
Ultimamente o que se vê são pilotos mecânicos, que sentem sérias dificuldades para guiar quando se retira alguma das facilidades, que seja. Por isso, tenho um sério palpite, rememorando o brilhante post do Leandro sobre o Rubinho, apostaria nele para estar na frente hoje na categoria caso tivesse um carro um pouco melhor.
Toda esta aposta no Barrichello tem um simples fundamento, ele é um dos últimos pilotos da Fórmula 1 formado ainda na época em que vislumbravam pilotos cada vez melhores! Claro que havia a disputa por máquinas mais perfeitas, mas o piloto era o show, não as máquinas!
Enfim, o que tento passar aqui no Blog é a minha insatisfação quanto ao estágio que a categoria assumiu, banindo qualquer chance de aparecer um piloto ""bom de braço", às vezes aprece um ou outro, mas ainda são muito aquém dos grandes mestres do passado.
Admito que sou um fã saudosista da categoria, como já disse inúmeras vezes aqui no Blog, mas, foi retirar o controle de tração neste ano para que pudéssemos perceber um aumento sem número de rodagens, escapadas e outras barbeiragens feitas pelos pilotos que representam a elite do mundo automobilístico!
Mudanças neste sentido são sempre bem vindas, devemos instigar os pilotos a melhorarem cada vez mais, aperfeiçoando suas habilidades de pilotagem e contribuindo para uma melhoria do aspecto da categoria.
O meu recado é esse, acho que teríamos um show bem melhor caso não tivéssemos tanta tecnologia envolvida na categoria, se buscássemos melhorar o material humano cada vez mais, em detrimento das máquinas. Que se esclareça, não defendo que não se evolua o maquinário, mas defendo uma melhora muito maior no nível dos pilotos, com a retirada das facilidades que a categoria pode proporcionar a eles!
Grande Abraço
Deyvison Nascimento
sexta-feira, 16 de maio de 2008
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6 comentários:
Pode ser coinsidência, mas ontem eu assisti o dvd "A STAR NAMED SENNA" inteiro e fiz a mesma comparação do "piloto técnico" da era pré-schumacher e o "piloto robótico" da era de hoje!!!
Contínuo sendo um grande fã da F1 também e torço que aos poucos eles vão tirando os "acessórios" que os carros de hoje possuem...
Me parece que a FIA está percebendo isso e aos poucos eles estão melhorando a F1 - só espero que não demorem
Acho que esse tempo em que era o piloto que fazia a diferença não volta mais. Foi-se esse tempo.
Cada vez mais serão as melhores máquinas que estarão brigando entre os primeiros lugares e os pequenos cada vez menos terão chances de supreender ou sobrevevier na F1, como nos mostrou a Super Aguri.
O grande desafio da Fórmula 1 é justamente manter o alto nível tecnológico sem perder a emoção das corridas. Vamos ver agora se a FIA acerta a mão no regulamento dos próximos anos...
Grande abraço!
Gustavo Coelho
Pois é, realmente o piloto é bem menos exigido agora. Com toda essa parafernália nos carros, fico me perguntando quando vou ver performances excepcionais de pilotos em começo de carreira com carros inferiores, como Senna e Bellof/Monaco-84, Barrichello/Europa-93, Alesi/EUA-90. Paciência, né...
Ateh!
Com certza Deyvison, falou tudo.
Eu sou outro saudosista da F-1 dos anos 80.
A Fia deveria se preocupar menos com o escândalo do velho tarado e cuidar da categoria nesse sentido.
As equipes tem mais preocupação em ter dinheiro pra manter os altos gastos que a categoria exige, do que "afinar" o motor pro piloto mostra na pista se tem braço ou não.
Penso que esse seja um dos motivos (eu disse "um dos") pelo qual o Nelsinho está enfrentando essa pressão em tão curto tempo.
Boa coluna!!
Sou da mesma filosofia. Não é interessante mecanizar ainda mais a F-1. O que é válido é permitir que a capacidade do piloto se destaque, para que, aí, sim, possa-se cultuar ídolos no esporte.
Até mais!
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