quarta-feira, 7 de maio de 2008

Tyrrell parte II - Série Grandes Equipes

Tempos difíceis

Em 1984 com os pilotos Martin Brundle, Stefan Bellof e Stefan Johansson (substituto de Brundle enquanto se recuperava de um acidente), a Tyrrell perdeu todos os pontos e foi desclassificada do campeonato por colocar uma esfera de chumbo no tanque de gasolina após a corrida para assim atingir o peso mínimo necessário de fim de prova, além de suspeitas de modificação do combustível com substâncias proibidas.

Mantendo a dupla de pilotos, Brundle e Bellof, no ano de 1985 a Tyrrell não conquista nenhum pódio. Sendo a única equipe que começou a temporada sem motores turbo, pela primeira vez, troca a Ford Cosworth pela Renault. Diante de todas essas circunstancias a equipe acaba terminando na última colocação, a pior da história até então. Em setembro de 1985, na categoria Esporte Protótipo nos 1000 Km de Spa-Francorchamps, Bellof falece num acidente após se chocar contra um muro. Uma tragédia que se repetia após 12 anos.

Na temporada de 1986, a Tyrrell tinha Martin Brundle e Phelippe Streiff como pilotos, mas sem nenhum brilho terminou o campeonato na 7ª colocação. Em 1987 a equipe repetiu a posição do ano anterior, mas dessa vez com a volta dos motores Ford Cosworth e tendo como pilotos o inglês Jonathan Palmer e novamente Streiff.

No ano de 1989 a Tyrrell tem a volta de Alboreto, que conquistou a última vitória da equipe, tendo como companheiro Palmer. Depois de muitos anos a Tyrrell conquista um pódio novamente com Alboreto no Gp do México, mas para a tristeza de todos ele ainda no meio da temporada sai rumo a equipe Lola (ainda chamada de Larrousse). Para o seu lugar a equipe contrata a promessa francesa Jean Alesi e a Tyrrell é a melhor colocada das pequenas no campeonato daquele ano, com uma 5ª posição.

Em 1990, a Tyrrell teve como dupla de pilotos Jean Alesi e o japonês veterano Nakajima. O francês conquistou dois 2º lugares para a equipe, nos EUA e em Mônaco. Mesmo com esses feitos de Alesi a equipe não passou novamente da 5ª colocação no campeonato.

Para a temporada de 1991 Tyrrell passou a utilizar motores Honda, mas sem seu principal piloto, Jean Alesi, que havia se tranferido para a Ferrari. Para fazer dupla com Nakajima, que já estava com 38 anos, foi contrato o também experiente Stefano Modena. Com alguns pontos conquistados e o segundo lugar de Modena no Canadá deixaram a equipe pelo terceiro ano seguido na 5ª posição.

Em 1994, a Tyrrell acerta com a japonesa Yamaha, que coloca seu compatriota Ukyo Katayama para correr na equipe junto com o inglês Mark Blundell. O último pódio conquistado pela escuderia foi um 3º lugar com Blundell no GP da Espanha. A equipe terminou o campeonato desse ano com 13 pontos e o 6º lugar.

No ano de 1995, sem patrocinadores, a Tyrrel dispensa Blundell que vai para a McLaren e o japonês Katayama continua devido aos motores Yamaha, mas tendo como companheiro o finlandês Mika Salo. Com apenas 5 pontos conquistados a equipe termina o campeonato na penúltima posição. No ano seguinte a história se repete e conquistam os mesmos 5 pontos amargando a penúltima colocação novamente.

Em 1997, Katayama e a Yamaha abandonam a Tyrrell, e voltam os motores Ford Cosworth, mas muito piores que os grandes da década de 70. Com Mika Salo a equipe marca seus últimos pontos no GP de Mônaco. Em dezembro, Ken Tyrrell vende a equipe para o grupo British American Racing.

Termina de forma triste a história da Tyrrell Racing, principal equipe de Jackie Stewart, com um bicampeonato, um título de construtores, 23 vitórias, 77 pódios e 621 pontos.

Principais pilotos

Jackie Stewart - O maior piloto da história da equipe, conquistou os dois únicos títulos mundiais, maior pontuador com 178 pontos marcados. Encerrou sua carreira na própria Tyrrel após o falecimento de seu companheiro.

François Cévert - Foi companheiro de Stewart e correu entre 1971 e 1973. Era um grande piloto, mas infelizmente faleceu em um acidente nos treinos do GP dos EUA em 1973.

Jody Scheckter - Chegou com a responsabilidade de substituir tanto Stewart quanto Cévert. Correu as temporadas de 74, 75 e 76, venceu 4 corridas pela equipe e foi terceiro colocado nas temporadas de 74 e 76.

Patrick Depailler - O Francês foi o piloto que mais correu pela Tyrrell, foram 80 GPs, marcou 119 pontos, vencendo apenas uma corrida no GP de Mônaco em 1978. Foi o segundo maior pontuador da equipe. Faleceu pilotando um Alfa Romeo durante testes em 1980.

Ronnie Peterson - Com uma participação discreta, o sueco correu apenas a temporada de 1977.

Michele Alboreto - O italiano foi um grande piloto e conquistou a última vitória da Tyrrell em 83 no GP do Leste dos EUA, no circuito de Detroit. Ele chegou a retornar a equipe em 89, mas fez apenas algumas corridas.

Stefan Bellof - O alemão foi revelado pela própria Tyrrell, sendo destaque ao sair da última colocação em Monte Carlo e chegar na 3ª posição com um carro muito fraco. Em 1985, durante os 1000km de Spa-Francorchamps por outra categoria sofreu um trágico acidente e faleceu.

Jean Alesi - Sendo mais uma revelação de Ken Tyrrell, o francês disputou o campeonato de 1989 substituindo Alboreto. O seu desempenho na equipe o colocou como uma das maiores promessas da categoria.

Satoru Nakajima - Foi para a Tyrrel em 1990 para ser companheiro de Jean Alesi e se aposentou em 1991, com 38 anos de idade.

Mark Blundell - O inglês conquistou o último pódia da Tyrrell em 1994 np GP da Espanha. Teve que ser dispensado devido a falta de patrocinio da equipe e foi para a McLaren.

Ukyo Katayama - Colocado pela Yamaha na Tyrrel, o japonês correu entre 1993 e 1996 na equipe.

Mika Salo - O finlandês correu entre 1995 e 1997 na equipe, e pouco pode fazer por ela.

Jos Vertappen - O holandês foi companheiro de Salo na Tyrrell em 1997.

Espero que tenham gostando da história da lendária Tyrrell que infelizmente não conseguiu se manter na Fórmula 1.

Abraços!

Leandro Montianele

3 comentários:

Daniel Leite disse...

Katayama, Alesi, Mika Salo... Nomes conhecidíssimos. O japonês chega a ser folclórico, pelos comentários que sempre ouvi. Tenho uma imagem muito boa de Alesi, francês bastante regular. De Mika Salo, lembro que ele foi o substituto de Schumacher, quando ele fraturou a perna. Não agradou muito...

Boa história!

Até mais

Anônimo disse...

Realmente boa história!!!

Confesso que aprendi bastante...

Abraços...

Rodrigo Segura

Blog F1 Grand Prix disse...

Leandro, parabéns pela série. Já virei fã do seu blog. A história da Tyrrell é muito rica mesmo, embora a equipe não tenha vencido nada nos seus últimos 15 anos. O velho Ken não merecia ter um final tão melancólico como teve...

Grande abraço!

Gustavo Coelho